Tadeu Oliveira
Ulisses
Batista Soares nasceu em 26 de setembro de 1918, no distrito de Santa Cruz da
Chapada (hoje, Chapada do Norte). Filho de Júlio Baptista da Silva e Maria
Salomé de Souza, sendo o quarto de uma família de cinco irmãos: José Maria,
Osvaldo, João e Ambrozina.
Aos
3 anos de idade, com o falecimento da mãe, foi morar com uma tia e madrinha (os
irmãos foram separados, indo cada um morar com um parente).
Aos
8 anos, já tendo o pai junto, juntou-se a tropeiros que passavam pela região e
chegou até a área rural de Minas Novas. Ficou algum tempo na Fazenda Tolda,
como ajudante de vaqueiro e tomando conta de animais que moviam o engenho de
moagem de cana.
Antes
de completar 9 anos, novamente se juntando a tropeiros, chegou até a cidade de
Capelinha, onde passou a morar com o tio paterno, Antônio Baptista da Silva,
funcionário dos Correios e Telégrafos e integrante da banda de música local.
Daí surgiu o interesse por instrumentos musicais. Com os ensinamentos do “Tio
Totone” e sendo um pouco autodidata, aprendeu um pouco de violão e trompete
(piston) – instrumento que o tio tocava na banda.
Mais
tarde, já tocando piston com bastante habilidade e após concluir o Curso
Primário (1934), também passou a ser integrante da banda musical. Aí veio a
habilidade com o inseparável bandolim, paixão que sempre o acompanhava pela
vida afora. Após o nascimento do primeiro filho, encontrou-se com a irmã
Ambrozina e mais tarde com os irmãos Zezé e Osvaldo. Estes se mostraram também
hábeis com instrumentos musicais.
Em
1944, passou a trabalhar nos Correios, na função de Guarda-Fios. Em 1946, com
28 anos de idade, casou-se com Luzia Gomes dos Santos, com quem teve 10 filhos:
Luiz Gonzaga (Zaguinha), Carlos Roberto (Carlinhos), Geraldo Antônio
(Geraldinho), Luiza de Marilac (Marilac), Wilson Leopoldino (Quito), Leonardo
José (Leo), Eloíza Maria (Luizinha), Nilvia Regina (Nilvia), Maria Salomé
(Salome) e Élio Everaldo (Everaldo). Também viveram na sua casa, como membros
da família, outras pessoas, entre as quais, Sebastião (o Tuquinha) e Simone. Os
filhos lhe deram noras, genro, netos e bisnetos. Educou os filhos com
responsabilidade, honestidade e, sobretudo, respeito mútuo.
Em
1981, recebeu da Prefeitura Municipal de Capelinha, o título de Cidadão
Honorário. Aposentou-se em 1977.
Participou
do grupo de seresta Helma Pimenta, folias do Divino e sempre se reunia com os
amigos violeiros para tardes descontraídas de músicas, aos domingos.
Em
casa, a família sempre teve a música presente no dia-a-dia. Quando faltava luz
na cidade, era certo: todos saíam para a porta da rua para tocar e cantar,
juntamente com os vizinhos que ouviam e vinham participar.
As
festinhas em casa eram sempre regadas a muita música. “Seu Ulisses”, como todos
dizem, ensinou aos filhos a tocar algum instrumento e cada um foi seguindo sua
preferência. Seja na voz, no violão, sax, flauta, bandolim, ou teclado, cada um
faz a sua participação nas noites de alegria.