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Há mais 26 anos , apresento um programa de rádio intitulado "Canta Minas", na rádio Aranãs FM, de Capelinha MG, com enfoque para a música mineira em todas suas vertentes. Sempre fui apaixonado por música e rádio. Assim sendo, tomei a iniciativa de criar este blog com a finalidade de divagar um pouco sobre as minhas impressões durante os mais de 20 anos de programa. Além da música também sou apaixonado por História e Literatura. Aqui, publicarei crônicas, causos e outras lorotas a respeito de tudo que tenho vivido nesse pedaço de chão que é o Vale do Jequitinhonha. E como não pode deixar de ser, também escrevo sobre a minha querida terra natal, Corinto, e outras vivências pelo mundo afora que me ajudaram a construir uma história de gente comum, sem heroísmos, no entanto carregada pelos "sinais de humanidade"!!! Abraços Gerais!!!

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

LIVRO HISTÓRICO SOBRE VANDRÉ



Livro analisa como a imprensa ajudou a formar o imaginário em torno do paraibano Geraldo Vandré

Obra da historiadora Dalva Silveira disseca o polêmico cantor de protesto que abandonou os palcos
Por Ana Clara Brant - EM Cultura

No 3º FIC, Geraldo Vandré interpreta Pra não dizer que não falei das flores,
a canção de protesto mais importante da MPB

Era 1968, o cantor e compositor Geraldo Vandré disputava o 3º Festival Internacional da Canção (FIC) com a música Pra não dizer que não falei das flores. Conhecida como Caminhando, ela acabou em segundo lugar e perdeu para Sabiá (Chico Buarque e Tom Jobim). O público vaiou, exigindo que o prêmio fosse dado a Vandré. Dois anos antes, esse artista paraibano já participava do 2º Festival da Record com Disparada, vencedora ao lado de A banda, clássico de Chico. No entanto, a vida do autor de Caminhando, hoje com 75 anos, desviou-se da carreira musical. É isso que a historiadora, escritora e professora mineira Dalva Silveira relata no livro Geraldo Vandré – A vida não se resume em festivais, que será lançado hoje em BH.
Depois de analisar 68 matérias de revistas e jornais publicadas entre 1966 e 2009, Dalva se propôs a descobrir até que ponto a imprensa brasileira contribuiu para a construção do enigma em torno do compositor. “Desde criança, tinha fascínio por ele, por suas músicas. Colecionava discos e matérias sobre Vandré. Sempre ouvi falar em tantas histórias, coisas meio mal explicadas, que ele teria sido torturado, sofrido lavagem cerebral. Por isso decide pesquisar”, revela a autora.


A reportagem que abre o livro é entrevista de Vandré, intitulada “Não tenho presidente”, publicada no Estado de Minas e no Correio Braziliense em 13 de dezembro de 2008, lembrando os 40 anos do Ato Institucional nº 5 (AI-5). O artista é descrito pelo repórter Leandro Colon como “um homem solitário, longe dos palcos, que parece paranoico”. Outras matérias também surpreenderam Dalva: o jornal alternativo Ex- traz entrevista reveladora do compositor. Várias publicações abordam o retorno dele ao Brasil depois de longo exílio. “É um acontecimento meio enigmático. Em 18 de julho de 1973, encontrei pequena nota no Jornal do Brasil informando que ele estava de volta, mas sem dar muito destaque. Semanas depois, o paulista Jornal da Tarde sai com esta manchete: ‘Vandré volta ao Brasil cheio de novidades’. Mas ele já estava aqui há um mês”, observa.


Fatos Para Dalva Silveira, a imprensa contribuiu para a criação do imaginário sobre a trajetória do autor de Pra não dizer que não falei das flores. Entretanto, aos fatos transformaram Geraldo Vandré em mito. “A imprensa teve a sua responsabilidade sim, mas não foi o fator principal. Quando ele estava no auge, a carreira foi interrompida porque veio o AI-5. Ele teve que se exilar e, quando voltou, não retomou a carreira como antes. Acabou se criando uma série de enigmas em torno de sua figura”, acredita a historiadora.


Dalva diz ter descoberto muita coisa sobre seu ídolo de juventude e, consequentemente, sobre a história e a cultura do Brasil. “Ainda mais sobre o período da ditadura militar, que me fascina muito. Acabei desvendando muitos aspectos da vida do Vandré. Quem sabe, um dia até lhe entregue o exemplar do livro lá em São Paulo, onde ele mora? Seria bem interessante”, conclui.
Sucesso e ostracismo
Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilio (foto) nasceu em 1935, em João Pessoa, na Paraíba. Adotou o nome artístico de Geraldo Vandré em homenagem ao pai, José Vandregísilio. Começou a carreira na década de 1960 e ficou famoso por canções protesto como Disparada, Porta-estandarte e Pra não dizer que não falei das flores, que se tornou hino contra a ditadura militar. Foi obrigado a deixar o país em 1969. Quando voltou, parecia demonstrar novas opiniões em relação à política. Deixou de criticar os militares e fez a música Fabiana em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB). Abandonou os palcos e se transformou no enigma da MPB. Vandré completa 76 anos no mês que vem.
Enquanto isso...... na Paraíba
“Uma novela mexicana sem fim”. Assim o jornalista e poeta paraibano Ricardo Anísio define o processo de escrever sobre Geraldo Vandré. Há vários anos tentando concluir o projeto, Anísio pretende publicar um livro sobre o compositor, mas não o considera biografia. “A instabilidade psicoemocional do meu amigo fez com que ele me concedesse entrevista, que, depois de publicada, ele desmentiu. Por sorte, esse encontro foi acompanhado por testemunhas, como o compositor Vital Farias e o poeta Jessier Quirino. Tenho muito material. Certamente, o livro cumprirá seu intento: contar a história e os mitos sobre Geraldo Vandré”, revela. 

Lançamento:
Geraldo Vandré – A vida não se resume em festivais
Autora: Dalva Silveira
Fino Traço Editora
Onde Comprar: Quixote Livraria (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi - BH)