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Há mais 26 anos , apresento um programa de rádio intitulado "Canta Minas", na rádio Aranãs FM, de Capelinha MG, com enfoque para a música mineira em todas suas vertentes. Sempre fui apaixonado por música e rádio. Assim sendo, tomei a iniciativa de criar este blog com a finalidade de divagar um pouco sobre as minhas impressões durante os mais de 20 anos de programa. Além da música também sou apaixonado por História e Literatura. Aqui, publicarei crônicas, causos e outras lorotas a respeito de tudo que tenho vivido nesse pedaço de chão que é o Vale do Jequitinhonha. E como não pode deixar de ser, também escrevo sobre a minha querida terra natal, Corinto, e outras vivências pelo mundo afora que me ajudaram a construir uma história de gente comum, sem heroísmos, no entanto carregada pelos "sinais de humanidade"!!! Abraços Gerais!!!

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domingo, 30 de setembro de 2012

O MÚSICO ULISSES BATISTA COMPLETA 94 ANOS E É O ENTREVISTADO DO CANTA MINAS




Nesse domingo, 30, último programa do mês de setembro, eu divulgarei entrevista feita durante a semana com o músico Ulisses Batista, que completou 94 anos na última semana. Seu Ulisses é uma referência musical da cidade e programa Canta Minas presta a sua homenagem este grande músico. 

O papo com o seu Ulisses foi muito agradável e interessante. Além disso, ele demonstrou muito bom humor e lucidez. 

Você não pode deixar de ouvir essa interessante entrevista. Você pode ouvir pela internet através do site: http://www.aranasfm.com.br/ouvir/radio.htm.

QUEM É ULISSES BATISTA

Ulisses Batista Soares nasceu em 26 de setembro de 1918, no distrito de Santa Cruz da Chapada (hoje, Chapada do Norte). Filho de Júlio Baptista da Silva e Maria Salomé de Souza, sendo o quarto de uma família de cinco irmãos: José Maria, Osvaldo, João e Ambrozina.

Aos 3 anos de idade, com o falecimento da mãe, foi morar com uma tia e madrinha (os irmãos foram separados, indo cada um morar com um parente).

Aos 8 anos, já tendo o pai junto, juntou-se a tropeiros que passavam pela região e chegou até a área rural de Minas Novas. Ficou algum tempo na Fazenda Tolda, como ajudante de vaqueiro e tomando conta de animais que moviam o engenho de moagem de cana.

Antes de completar 9 anos, novamente se juntando a tropeiros, chegou até a cidade de Capelinha, onde passou a morar com o tio paterno, Antônio Baptista da Silva, funcionário dos Correios e Telégrafos e integrante da banda de música local. Daí surgiu o interesse por instrumentos musicais. Com os ensinamentos do “Tio Totone” e sendo um pouco autodidata, aprendeu um pouco de violão e trompete (piston) – instrumento que o tio tocava na banda.

Mais tarde, já tocando piston com bastante habilidade e após concluir o Curso Primário (1934), também passou a ser integrante da banda musical. Aí veio a habilidade com o inseparável bandolim, paixão que sempre o acompanhava pela vida afora. Após o nascimento do primeiro filho, encontrou-se com a irmã Ambrozina e mais tarde com os irmãos Zezé e Osvaldo. Estes se mostraram também hábeis com instrumentos musicais.

Em 1944, passou a trabalhar nos Correios, na função de Guarda-Fios. Em 1946, com 28 anos de idade, casou-se com Luzia Gomes dos Santos, com quem teve 10 filhos: Luiz Gonzaga (Zaguinha), Carlos Roberto (Carlinhos), Geraldo Antônio (Geraldinho), Luiza de Marilac (Marilac), Wilson Leopoldino (Quito), Leonardo José (Leo), Eloíza Maria (Luizinha), Nilvia Regina (Nilvia), Maria Salomé (Salome) e Élio Everaldo (Everaldo). Também viveram na sua casa, como membros da família, outras pessoas, entre as quais, Sebastião (o Tuquinha) e Simone. Os filhos lhe deram noras, genro, netos e bisnetos. Educou os filhos com responsabilidade, honestidade e, sobretudo, respeito mútuo.

Em 1981, recebeu da Prefeitura Municipal de Capelinha, o título de Cidadão Honorário. Aposentou-se em 1977.

Participou do grupo de seresta Helma Pimenta, folias do Divino e sempre se reunia com os amigos violeiros para tardes descontraídas de músicas, aos domingos.

Em casa, a família sempre teve a música presente no dia-a-dia. Quando faltava luz na cidade, era certo: todos saíam para a porta da rua para tocar e cantar, juntamente com os vizinhos que ouviam e vinham participar.

As festinhas em casa são sempre regadas a muita música. “Seu Ulisses”, como todos dizem, ensinou aos filhos a tocar algum instrumento e cada um foi seguindo sua preferência. Seja na voz, no violão, sax, flauta, bandolim, ou teclado, cada um faz a sua participação nas noites de alegria.

Texto e Foto: Família Batista