O cantor e compositor Rubinho do Vale comemora três décadas de carreira com o CD Estrada. As canções se inspiram tanto no Jequitinhonha quanto nas cosmopolitas Barcelona e Berlim
Por Eduardo Tristão Girão
Cantor e compositor Rubinho do Vale Foto: Élcio Paraíso/Divulgação |
Estrada,
novo disco do cantor e compositor mineiro Rubinho do Vale, serve não apenas de
pretexto para a comemoração de seus 30 anos de carreira, mas também para marcar
o retorno do artista ao repertório destinado ao público adulto, pois há 20 anos
ele tem lançado álbuns autorais dedicados às crianças.
Há
cinco anos Rubinho não lançava um trabalho para os maiores de 10 anos. Para
gravar o novo disco, ele tirou da gaveta as composições que vinha guardando. A
noite de autógrafos será hoje, no Boi Lourdes, em Belo Horizonte. O show está
previsto para janeiro.
“Por
causa dos 30 anos de carreira, pensei em fazer coletânea, mas acabei optando
por gravar só inéditas”, conta Rubinho. São 13 faixas, quase todas assinadas
pelo artista, que selecionou também parcerias com Gildes Bezerra (Percurso),
Wesley Pioest (Conforme o vento), Geovane Figueiredo (Jequitinhonha), Paula
Benevides (Prelúdio do interior) e João Evangelista (Galope).
Jequitinhonha
O
repertório é aberto com BH, Barcelona e Berlim, canção na qual Rubinho exalta o
caráter universal da música. O artista segue fiel a elementos estéticos que
ajudam a identificar facilmente seu trabalho com o universo interiorano, seja
na letra ou na melodia. “Não gosto muito da expressão música regional, pois
quando canto a minha região, o Vale do Jequitinhonha, canto o mundo”, explica
ele – nascido na cidade de Jacinto e criado em Rubim.
Essa
impressão pode ser reforçada pela participação de quatro convidados especiais
do disco: o violeiro Ivan Vilela, o cantor e violinista Antônio Nóbrega, a
cantora Fernanda Takai e o filho de Rubinho, Davi Botelho, que canta em
Conforme o vento.
“As
participações deixaram meu disco mais rico e aberto. Quem ouvi-lo perceberá a
evolução, mas sem sair dos trilhos”, comenta Rubinho. O álbum foi gravado entre
maio e julho na capital mineira. Direção e arranjos ficaram a cargo dele e do
violonista Fernando Rodrigues.
“No
passado, sabia que minha música não agradava comercialmente a rádios e
gravadoras. Muita gente achava que era um trabalho folclórico, mas essa é a
característica de que mais gosto”, desabafa o compositor mineiro. Com o tempo,
veio a certeza de que ele queria mesmo compor nessa linguagem. “O Antônio
Nóbrega me ajudou a perceber, por meio de seus discos, que era possível
construir uma obra cantando as coisas da minha região”, conta Rubinho.
Pequenos
Estrada
não fará Rubinho deixar de lado sua produção voltada ao público infantil,
iniciada em 1990 com Ser criança. O oitavo título do gênero já foi gravado e
deve ser lançado em março. “Não procurei a música infantil; ela me procurou. De
tanto ver a mesmice oferecida às crianças, resolvi fazer algo que refletisse a
infância no interior, que era tão bonita”, explica.
Autoral,
esse disco conta com cantigas de roda cujos versos registram experiências de
Rubinho com números e letras. “Não fiz isso para ser pedagógico, mas porque
acho engraçado mesmo”, completa. Seu álbum mais recente dedicado às crianças é
Arraiá do Rubinho (2009), que contempla o universo das festas juninas. Por
conta dessa discografia para baixinhos, o artista tem o prazer de receber
cartas elogiosas do Brasil inteiro.
NOITE DE AUTÓGRAFOS
Lançamento
do disco Estrada, de Rubinho do Vale. Hoje, às 19h, no Boi Lourdes (Avenida
Getúlio Vargas, 1.238, Savassi). Entrada franca. O CD estará à venda por R$ 20.
Informações: (31) 3077-9562.
Fonte: EM Cultura - Jornal Estado de Minas, 12/12/2012.