No próximo dia 22 de agosto, sexta-feira, comemora-se o Dia do Folclore. E para comemorarmos, esta semana eu publicarei diversos causos e lendas da cidade de Capelinha. Vai aí o primeiro causo:
A LENDA DA MULHER GIGANTE
Conta-se que, há muitos anos, em uma noite, a lua iluminava francamente as desertas ruas de Capelinha, quando uma viúva andava com suas três filhas,voltando de uma visita a um doente. Já passava da meia-noite. Iam em direção à sua casa, que ficava na rua Dr. Juscelino Barbosa, defronte onde é hoje o salão paroquial.
Andavam apressadas, pois já era muito tarde.
A noite estava fria e muitas corujas piavam lá pelas bandas da várzea, que é como se chamava a rua Governador Valadares. As mulheres andavam juntas uma às outras e, no meio da noite, ouvia-se o toc... toc... toc... dos seus sapatos de encontro às pedras do caminho.
Estavam já próximas à casa onde moravam. Passavam agora diante de uma rua bem estreita e sombreada pelas árvores que se balançavam ao sopro gelado do vento. Ao lado, ficava uma casa muito antiga, hoje reconstruída, onde mora o Sr. Gerson Martins.
A noite ia alta. De repente, a viúva e suas filhas ouviram um forte ruído: chep... chep... chep...
Que barulho seria aquele?
Nossa! Próximo à casa antiga, estava o vulto de uma mulher enorme, de aproximadamente dois metros de altura, saia até os pés,lenço branco na cabeça e braços cruzados sobre o peito. Andava vagarosamente. Tomou a direção do beco e agora passava pelas árvores.
As mulheres, pasmadas pelo medo, perderam a voz. Agarravam-se umas às outras, com espanto e, trêmulas, apontavam para o vulto que desaparecia na imensidão da noite.
Hoje, pergunta-se de onde teria saído aquela Mulher Gigante, que vagava pela noite a dentro e enchera de terror a viúva e as filhas?
Fonte: Setor de Patrimônio Cultural de Capelinha.