Tadeu Oliveira participa da homenagem feita pelo Conselho Permanente da CNBB pelos 50 anos do MEB
No último 21 de março, o Movimento de Educação de Base (Meb), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), comemorou 50 anos de existência prestando serviços à educação de base no Brasil. Porém, a comemoração aconteceu na quinta-feira, 24, na sede da CNBB, em Brasília, quando o Conselho Permanente da CNBB prestou uma homenagem através de sessão solene, realizada no auditório Dom Helder Câmara.
O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, lembrou o pioneirismo do Meb na educação de base à distância no país, por meio das escolas radiofônicas, nascidas na Arquidiocese de Natal-RN por iniciativa do então bispo auxiliar, dom Eugênio de Araújo Sales.
Fonte: Site da CNBB |
Entre 2003 e 2009 o Meb desenvolveu o "Programa Cidadão Nota Dez", em parceria com o governo de Minas Gerais. No estado do Maranhão participou com projetos de desenvolvimento sustentável de comunidades em situação de risco social (Fundo de Solidariedade da CNBB/Cáritas) entre 2007/2008 e com o Programa de Alfabetização Educadora Maranhão (Paema) entre 2008 e 2010. No Piauí, por sua vez, contou com o Programa "Nova Abolição" de 2007 a 2010.
O secretário executivo do Meb, padre Virgílio Leite Uchôa, ressaltou o método do Movimento ao longo de seus 50 anos. “O nosso método de educação de base popular é inédito. Visa à educação libertadora com inclusão social”, explicou. “As pessoas excluídas e não alfabetizadas, através de uma ação pedagógica, aprendem não apenas a ler e a escrever, mas a pensar a própria vida e a agir como atores sociais, capazes de sair de sua injusta situação na busca de autonomia pessoal e de suas comunidades”, acrescentou.
Para o MEB, a alfabetização de jovens e adultos, inserida no contexto da educação popular, significa não apenas a caminhada de indivíduos analfabetos considerados isoladamente, mas a promoção humana integral na busca da sua autonomia pessoal e de suas comunidades. Ou seja, uma alfabetização libertadora.
Foto: MEB |
O meu primeiro contato com o Meb deu-se em outubro de 2003, na cidade de Montes Claros, quando participei da primeira capacitação de formadores para atuar no então nascente Programa Cidadão Nota Dez, executado pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).
Naquela ocasião, vivemos momentos intensos e transformadores que marcaram de forma fundamental a minha vida, minha relação com a região e com os trabalhos desenvolvidos tanto no âmbito do Programa Cidadão Nota Dez quanto nos trabalhos com diversos corais populares.
Foto: Meb |
Tive a honra e o privilégio de participar do evento em Brasília através de convite feito pelo Pe. Virgílio Leite Uchoa, secretário executivo do Meb. O Pe. Virgílio solicitou-me a composição de uma música que refletisse a história do órgão e a interpretasse neste evento dos 50 anos. Para atender ao desafio, contei com a ajuda da amiga e ex-alfabetizadora do Programa Cidadão Nota Dez, a pernambucana Gessi Souza, a força da minha amiga capelinhense Maria Letícia e busquei a parceria do amigo Jefferson Rayneres, capelinhense filho do cantor e músico Juvenal Cordeiro. Jefferson também foi responsável pela melodia da música. Veja abaixo a letra na íntegra:
TRIBUTO AO MEB
Autoria: Tadeu Oliveira/Jefferson Rayneres/Gessi Souza
Diz a história que ouvi contar por um padre
No sertão, num outro tempo de paz
Deus criou flores nos mandacarus
Fez chover uma tempestade de luz
Nasce o Meb com a liberdade a cantar
A vitória da educação popular
E seu canto penetrou os corações
Dos viventes, nas cidades e nos grotões
Mas veio a noite escura
O medo veio vigorar como lei
Pois homens de ferro sem flores na mão
Queimando cartilhas, calando a canção
Mentindo e agredindo a voz da mudança
Com as lanças do medo venceram a esperança
Agora eu vejo, novo dia amanheceu
O mesmo sol no horizonte renasceu
A esperança veio o medo derrotar
Vejo o Meb, o mesmo que eu ouvi falar
“A causa das coisas”, este é o nosso caminho
Em comunhão, jamais estamos sozinhos
Relendo o mundo, para ver o que nunca se viu
“Saber, viver e lutar” é o nosso ideal pro Brasil
Ver o mundo precede a palavra
Julgar o que vê dá sentido à palavra
Agir com o que julga transforma a palavra
E a vida
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