Livro conta a história das Meninas de Sinhá mostrando o trabalho do grupo, momentos de lazer e a infância difícil das integrantes. Textos são assinados por cinco pesquisadoras
Walter Sebastião
O coral das Meninas de Sinhá é um grupo de mulheres do Bairro Alto Vera Cruz formado em 1998 Foto: Camila Buzelin/Divulgação |
Quem ganha livro com a história de suas integrantes é o grupo Meninas de Sinhá. A publicação leva o título de Histórias de meninas (Duo Editorial) e tem coordenação da professora Ana Maria de Oliveira Galvão. Traz as memórias de mulheres do Bairro Alto Vera Cruz, que têm importante trabalho de resgate e divulgação da cultura popular, já registrado, inclusive, em CD. Os textos são assinados por Ana Maria de Oliveira Galvão, Eliane Marta Teixeira Lopes, Mônica Yumi Jinzenji, Kelly Aparecida de Souza Queiroz e Simone Alves da Silva.
Histórias de meninas surgiu de pesquisa sobre contextos, além da escola, que contribuem para a formação e a possibilidade de participação no mundo da escrita. É homenagem das pesquisadoras do grupo Estudos e Pesquisas sobre Cultura Escrita, da Faculdade de Educação da UFMG, ao coro e ao trabalho que realizam em sua comunidade. A ideia de reunir os relatos em livro veio das próprias integrantes do Meninas de Sinhá, revelada durante entrevistas às pesquisadoras. “É um grupo que tem conhecimento e história que gera admiração”, observa Mônica Yumi, uma das autoras.
Histórias de meninas surgiu de pesquisa sobre contextos, além da escola, que contribuem para a formação e a possibilidade de participação no mundo da escrita. É homenagem das pesquisadoras do grupo Estudos e Pesquisas sobre Cultura Escrita, da Faculdade de Educação da UFMG, ao coro e ao trabalho que realizam em sua comunidade. A ideia de reunir os relatos em livro veio das próprias integrantes do Meninas de Sinhá, revelada durante entrevistas às pesquisadoras. “É um grupo que tem conhecimento e história que gera admiração”, observa Mônica Yumi, uma das autoras.
Os textos, como conta Mônica Yumi, mostram que o trabalho, as atividades religiosas, a convivência familiar, as brincadeiras de rodas etc. são espaços de socialização e contribuem para o ingresso no mundo da cultura escrita. Está no livro, observa, relato sobre infâncias complexas (“crianças trabalhando, vivendo em casas de outras pessoas que não a família, o querer estudar e não ter condições para isso”), que desmistifica a ideia de que se trata de período da vida feliz e tranquilo. “Dificuldades superadas com trabalho coletivo. Quem vê a alegria das Meninas de Sinhá não imagina como foi a infância delas”, observa.
O grupo Meninas de Sinhá foi criado em 1998. Na origem do coral estão encontros, no fim dos anos 1980, do projeto Lar feliz, no Bairro Alto Vera Cruz, idealizados por dona Valdete, uma das criadoras do grupo. Ação voltada para entender carências e angústias das mulheres da comunidade. A partir das reuniões veio a vontade de cantar, dançar e relembrar antigas cantigas de roda, cirandas e brincadeiras infantis. O que era ação quase terapêutica tornou-se, aos poucos, projeto artístico voltado para preservação da memória e difusão da cultura popular. O grupo já tem um CD lançado.
Fonte: Jornal Estado de Minas - Caderno EM Cultura - sábado, 26/03/2011
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