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Há mais 26 anos , apresento um programa de rádio intitulado "Canta Minas", na rádio Aranãs FM, de Capelinha MG, com enfoque para a música mineira em todas suas vertentes. Sempre fui apaixonado por música e rádio. Assim sendo, tomei a iniciativa de criar este blog com a finalidade de divagar um pouco sobre as minhas impressões durante os mais de 20 anos de programa. Além da música também sou apaixonado por História e Literatura. Aqui, publicarei crônicas, causos e outras lorotas a respeito de tudo que tenho vivido nesse pedaço de chão que é o Vale do Jequitinhonha. E como não pode deixar de ser, também escrevo sobre a minha querida terra natal, Corinto, e outras vivências pelo mundo afora que me ajudaram a construir uma história de gente comum, sem heroísmos, no entanto carregada pelos "sinais de humanidade"!!! Abraços Gerais!!!

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

ULISSES BATISTA: UM BALUARTE DA MÚSICA CAPELINHENSE

Tadeu Oliveira


Ulisses Batista Soares nasceu em 26 de setembro de 1918, no distrito de Santa Cruz da Chapada (hoje, Chapada do Norte). Filho de Júlio Baptista da Silva e Maria Salomé de Souza, sendo o quarto de uma família de cinco irmãos: José Maria, Osvaldo, João e Ambrozina.

 Aos 3 anos de idade, com o falecimento da mãe, foi morar com uma tia e madrinha (os irmãos foram separados, indo cada um morar com um parente).

 Aos 8 anos, já tendo o pai junto, juntou-se a tropeiros que passavam pela região e chegou até a área rural de Minas Novas. Ficou algum tempo na Fazenda Tolda, como ajudante de vaqueiro e tomando conta de animais que moviam o engenho de moagem de cana.

 Antes de completar 9 anos, novamente se juntando a tropeiros, chegou até a cidade de Capelinha, onde passou a morar com o tio paterno, Antônio Baptista da Silva, funcionário dos Correios e Telégrafos e integrante da banda de música local. Daí surgiu o interesse por instrumentos musicais. Com os ensinamentos do “Tio Totone” e sendo um pouco autodidata, aprendeu um pouco de violão e trompete (piston) – instrumento que o tio tocava na banda.

 

Mais tarde, já tocando piston com bastante habilidade e após concluir o Curso Primário (1934), também passou a ser integrante da banda musical. Aí veio a habilidade com o inseparável bandolim, paixão que sempre o acompanhava pela vida afora. Após o nascimento do primeiro filho, encontrou-se com a irmã Ambrozina e mais tarde com os irmãos Zezé e Osvaldo. Estes se mostraram também hábeis com instrumentos musicais.

 Em 1944, passou a trabalhar nos Correios, na função de Guarda-Fios. Em 1946, com 28 anos de idade, casou-se com Luzia Gomes dos Santos, com quem teve 10 filhos: Luiz Gonzaga (Zaguinha), Carlos Roberto (Carlinhos), Geraldo Antônio (Geraldinho), Luiza de Marilac (Marilac), Wilson Leopoldino (Quito), Leonardo José (Leo), Eloíza Maria (Luizinha), Nilvia Regina (Nilvia), Maria Salomé (Salome) e Élio Everaldo (Everaldo). Também viveram na sua casa, como membros da família, outras pessoas, entre as quais, Sebastião (o Tuquinha) e Simone. Os filhos lhe deram noras, genro, netos e bisnetos. Educou os filhos com responsabilidade, honestidade e, sobretudo, respeito mútuo.

 Em 1981, recebeu da Prefeitura Municipal de Capelinha, o título de Cidadão Honorário. Aposentou-se em 1977.

 Participou do grupo de seresta Helma Pimenta, folias do Divino e sempre se reunia com os amigos violeiros para tardes descontraídas de músicas, aos domingos.

 Em casa, a família sempre teve a música presente no dia-a-dia. Quando faltava luz na cidade, era certo: todos saíam para a porta da rua para tocar e cantar, juntamente com os vizinhos que ouviam e vinham participar.

 As festinhas em casa eram sempre regadas a muita música. “Seu Ulisses”, como todos dizem, ensinou aos filhos a tocar algum instrumento e cada um foi seguindo sua preferência. Seja na voz, no violão, sax, flauta, bandolim, ou teclado, cada um faz a sua participação nas noites de alegria.